Em todos os tempos seu nome viveu
Neste chão cheio de paralelepípedos
Nos forçam a andar sentindo o palpitar
Nas mãos
Nos Pés
Na boca, flor
A vida camufla-se feito garçom
Servindo um novo começo
Para anular este desconfortável suor
De quem tanto luta para ver
Um pássaro ronda a igreja
Como se quisesse me ver
De joelhos suplicar
O canto do Curió
Tiro as mãos do bolso e aperto
Minha memória farta e fraca
Como uma lavadeira que leva os tostões
Na cabeça subindo a ladeira
E cantando pro filho sorrir
Com sua voz macia diz
Que um dos seus netos
Sobre ele quererá ouvir
A ponto de sentir nas pernas o cansaço
De ter que repetir
A súplica do pássaro para te levar pra lá
Para quem sabe
Partir de um alto Monte
De um alto telhado
Avistar
Quão grandes são
E que sempre estivestes em todas
As histórias
Talvez por isto
Nada te animes
Talvez por isto
Tens esse olhar
De quem muito viveu