Eu e o tempo

Eu já não tenho mais a luz da juventude iluminando os meus caminhos, meus passos, cansados, já não podem mais correr em busca de um tempo, talvez perdido, cada vez mais curto, mais longe de abraçar. Buscar a felicidade agora, talvez não, é melhor deixar que ela venha trazida pelo sopro de um vento noturno aquecido, adormecido em algum lugar, perdido na linha do tempo. Agora, só me resta abraçá-la, a vinda que chega, e vivê-la intensamente, como se fosse meu último dia, minha última chance de vê-la. Velejá-la mar a dentro de mim, até que o mar se acalme e as ondas me levem, aos poucos, para a praia: É sábio, é uma das leis da vida.