ALMA LIBERTA
Lavo-me em sumo até de begônias.
Penduro-me depois no ramo de girassóis.
Insetozinho petulante à barlavento.
Salto, cricrilo, em noites de insônias,
Pouco afeito a dois ou queixas de ti: Ah, como dóis...
Vivo constante alheio no nó do encantamento.
Entre flanar e trabalhar com afinco,
Sou aquele gato que miará em teto de zinco.
Não é preguiça, quero ressurreição do Éden
Porque as coisas deste nosso mundo fedem.
Tenho intimidades com margaridas e campânulas:
Flores, folhas balouçantes, vivo cantando-as.
Comove-me a corrida desembestada do serelepe,
Amo as de carroças, charretes e calhambeques