O ATO DE REDESCOBRIR
O ato de redescobrir
Devastou algo do qual não imaginava existir
A novidade que corria nas veias
Deixava-me tão pequeno quanto um grão de areia
Onde no escuro de uma mente nublada
Do nada, simplesmente se fez esquecer
O nobre caminho das linhas tortas, das letras insonsas
Que noutros tempos eram faceiras, letais
Me provocavam e viajavam fáceis
por caminhos e pensamentos
Que se expressam das maneiras mais casuais,
E no hoje insistiam em se esconder,
Na mesma inocente consciência
que gabava-se ao dizer
este é o meu novo jeito de ser,
quanta displicência, mas mesmo assim
enfim, sei que essas ideias jamais me deixarão.
Despir-se foi necessário
De sentimentos inofensivos
Que novamente reaprenderam
que palavras serão sempre palavras
expressando de mil formas diferentes
o que faz parte da gente
uma imensidão de sorrisos emoldurados
nas lágrimas contidas na emoção
em reconhecer que sempre estiveram aqui
apenas procuravam redescobrir
as faces desta alegórica utopia
que transformou-se em poesia
no que ocultava o seu coração.