Era uma vez...
Era uma vez
Como queria acreditar hoje
No era uma vez de outrora.
Queria que o mundo fosse
A paz daquelas horas.
Crianças brincando livres,
N'uma vastidão sem medo,
Como meninas sonhando
Príncipes e princesas
Suaves toques da aurora.
Escrever pra mim é dádiva,
Rimar já é outro assunto.
Quero a suavidade nos versos
Levando-os ao meu mundo.
Ah! Se retroceder eu pudesse,
Faria tudo diferente.
Entregaria versos antigos
A música latente.
Quem sabe a cantoria ficasse,
Não deixando-me ausente.
Fui a menina tímida
Que no teatro era árvore.
Meus versos escondidos,
Sorriso nos lábios, ia em frente.
Hoje, nada a perder,
Sigo meus versos a escrever.
Vou indo, sigo o rumo do vento,
Deixo pétalas pelo caminho,
Marcando um destino,
Que não permiti florescer...
E no tanto da idade,
Deixo também a saudade
Daquilo que poderia ser.
Deixar de sonhar, jamais.
Era ainda uma vez...
Marilu Fagundes