Paz

Olho meu próprio reflexo

E ele me devolve o olhar de desgosto

A cada célula que envelhece e morre

Tenho mais e mais a certeza: Thânatos me cerca

Nado contra a corrente do tempo

E me deixo corroer nessas águas que ferem

Luto contra o anjo de asas negras

Mas sei que ao fim da batalha a morte me espera: Anseio por salvação

A dor da incapacidade

O máximo de uma impotência

De braços cansados eu remo uma última vez

Antes que eu afunde nas águas do tempo: Meu caminho e túmulo

De braçada em braçada

Nego o destino que as águas negras me impõem

Ergo a cabeça para respirar aliviado

E de Thânatos e Caronte ouço: descanse em paz!

Sarah Magno
Enviado por Sarah Magno em 27/04/2018
Código do texto: T6320716
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