REDESCOBERTA

Sua alma permanecia presa às próprias amarras

Ele tentava viver, mas perdido no mundo particular

Enganou-se toda vez que deu justificativas bizarras

Tentando esconder que tinha medo de tentar voar

Sofreu por ser menor do que aquilo que sonhava

Mas sentado olhando para céu azul se viu solitário

Pois não se identificava com ninguém que o cercava

um projeto mal feito moldado por um mundo otário

Até que resolveu olhar pra frente e no espelho se viu

Enxergou um olhar sem brilho e um rosto sem vida

Molhou a face com água mais gelada que conseguiu

E saiu correndo, procurando desse mundo uma saída

Lutou, chorou e encontrou as mãos que lhe faltavam

Riu de si mesmo e sem medo começou a caminhar

Amou a si mesmo e percebeu que assim o amavam

Encontrou sua metade onde pôde sua cabeça deitar...