O santo
Decorre dos meus sonos
essa essência de acreditar
mesmo quando em sonhos
o pranto vem me visitar.
memórias vis corroem minha mente
o horizonte deita soberano
em meu descanso surge deprimente...
a triste incerteza do abandono.
em olhos teus, sou eu cantando de novo
um desafinado e prolongado brando
canto a manhã feito um louco...
mas sã sãos as palavras que fogem ao meu dedo,
rebentam na tela do computador,
lépido, leve sem nenhum sossego...
me atrevo a gerir e correr autônomo,
não me detenho a proferir mantras santos...
eu sou o outono, as folhas morrendo no chão...
para longe na distante escuridão...
vai descendo uma luz que encanta meu ser...
caminharei ainda, caminharei mais
levando em minha lancheira
o direito de viver...
quem sabe então em uma dessas manhãs
esses versos lhe roubem um sorriso
mesmo que este saia escondido, em um improviso,
sem as rimas que exigem em uma poesia,
sem a conformidade de palavras, sem a métrica,
sem nada tão profundo ou belo...
apenas desejo sincero de lhe amar outra vez...
viva a liberdade sem significado,
viva ao futuro que me escapa desenganado,
viva as lembranças deixadas
na pasta de downloads de meu windows
viva ao meu semblante indeciso
que insiste em desabar.