Lá fora
Telha de barro, casebre de chão batido
Orgulho no peito de quem não vive o delírio
Chimarrão na beira de um fogão a lenha
Fogo que aquece o corpo, o mundo cruel desdenha
Enquanto não chega a urbanização
Levanta junto com o sol, com brava disposição
Caminha com suas botas velhas pelo campo
Cria os animais com apreço, tem um velho banco
Por horas tem seus devaneios sobre o mundo cruel
"Nem tão cruel assim, oras. Aqui meu campo é fiel!"
O vapor que vai saindo da chaleira
Preparando mais um chimarrão, costado da mesa
E lá de longe, há uma linda bergamoteira
Fruto para as tardes, saboreando-as perto da porteira
E pertinho do casebre, uma horta enorme
Alimentação riquíssima, alimentação nos conformes
Enfim, o tempo passa devagar
E esse cantinho é o ninho que vive a apreciar.