O ECO
Guilherme de Almeida-
Perguntei à minha vida:
Como achar a apetecida felicidade absoluta?
— Luta!
Lutei. —Como hei a esta pena dar cadência serena
Que suaviza, embala e encanta?
O eco, então, me disse:
Canta!
Cantei. —Mas, como num verso,
Resumir todo o universo
Que em mim vibra, esplende e clama?
— Ama
Amei — Como achar agora
a alma simples que eu pus fora
Pelo prazer de buscá-la?
O eco, então, me disse:
—Cala!
Calei-me. Ele, então, calou-se.
Nunca a vida foi tão doce . . .
Mais linda porque calado.