Vozes mudas ecoando no silêncio

Eu só queria que fosses diferente

Um lar, abrigo para todas as gentes

Um perene ninho de paz e de aconchego

Onde a insegurança e a guerra dessem lugar ao alento

E não houvesse as samorianas flores ao relento

E a solidariedade fosse captada pelo olhar mais desatento

Antiteticamente a isso, artifactos de guerra

Destroem sonhos inacabados de sonhar

Furtam os membros de quem só almejava caminhar

Fecham os olhos que ainda aprendiam a enxergar

Privam do ar a quem só queria respirar

Tiram a terra a quem só sabe semear

E enquanto utopifica-se e discursiviza-se a paz

Ouvem-se gritos emudecidos e envoltos em pranto

Bramando alto e silenciosamente

Ecoando ineficazmente em ouvidos convenientemente surdos

Quando tudo por que o povo anseia

É um pedaço de terra onde o pasto verdejante

Exale doces e esperançosos aromas em prenúncio de paz

Valério Maúnde
Enviado por Valério Maúnde em 26/01/2017
Reeditado em 26/01/2017
Código do texto: T5893166
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