Vozes mudas ecoando no silêncio
Eu só queria que fosses diferente
Um lar, abrigo para todas as gentes
Um perene ninho de paz e de aconchego
Onde a insegurança e a guerra dessem lugar ao alento
E não houvesse as samorianas flores ao relento
E a solidariedade fosse captada pelo olhar mais desatento
Antiteticamente a isso, artifactos de guerra
Destroem sonhos inacabados de sonhar
Furtam os membros de quem só almejava caminhar
Fecham os olhos que ainda aprendiam a enxergar
Privam do ar a quem só queria respirar
Tiram a terra a quem só sabe semear
E enquanto utopifica-se e discursiviza-se a paz
Ouvem-se gritos emudecidos e envoltos em pranto
Bramando alto e silenciosamente
Ecoando ineficazmente em ouvidos convenientemente surdos
Quando tudo por que o povo anseia
É um pedaço de terra onde o pasto verdejante
Exale doces e esperançosos aromas em prenúncio de paz