TEMPO DE PAZ

Como é libertador esse silêncio

Governado pela majestosa claridade

Da paz reinante e ostentada

Por homens contra a discórdia mobilizados!

Ao ouvirmos uma doce e suave harmonia

Entoada de uma incógnita

-A mesma, emanada das profundezas do amor!-

Ficamos entusiasmados

E profundamente apascentados

Enquanto contemplamos

O inaudito recém-providenciado...

Há instantes em que sentimos no íntimo

Uma serenidade que ameniza

Os turbilhões de nossos dramas mais secretos,

E assim agradecemos o despertar

De uma nova vida!

Ouvir serenamente

O cântico dos pássaros em revoada

E também a beleza das canções suaves

Executados nos momentos de soturna quietude;

E, por fim, os ruídos

Melodiosos do misterioso oceano

Resvalando suas ondas

Contra os rochedos

Aparentemente inquebrantáveis:

É o que nos dá grandes esperanças

De que é chegado o tempo

Para se entusiasmar

Diante de momentos excelsos de paz,

Um bem tão precioso e delicado

Que somente um cenário próspero

Pode tão bem proporcionar...

Para onde foram as dores dos oprimidos,

O riso estúpido e malévolo dos tiranos

E todas as desavenças dos seres humanos

Impulsionados pela ganância e pelo orgulho?

Para onde foram os gemidos

Sem fim dos enfermos

Em cantos degradantes desamparados?

Assim como o rangido fervilhante

Das grandes metrópoles

Convulsionadas pelas labutas

E que oprimem, como ervas daninhas,

As entranhas feridas de seus decrépitos?

Viver no íntimo, com profundo ânimo,

Os efeitos doces e preciosos da paz,

Consola-nos espiritualmente

Dos hediondos abalos,

Especialmente os mesmos que até hoje

Povoaram a nossa existência incerta.

Viver no íntimo as melodias da paz,

Numa sensação magnífica

De estar em paz consigo mesmo,

Consola-nos das calamidades

Que se aninharam

No interior dessa doentia

E deformada sociedade!

Em dia silencioso, sem fúria e tormento,

Contemplo a luz do dia

Afugentando as trevas

Com seus raios resplandecentes;

Por um tempo indefinido tudo se calou...

Enquanto isso, a natureza exuberante sorriu

Ao trazer a esperança desperta:

Uma esperança simbolizada

Pelo arco-íris exuberante

De um novo tempo para o ser...

Em dia silencioso, sem ameaças e desolações,

Contemplo o mistério se revelar

Com uma canção que apazígou os conflitos;

É Deus anunciando, com sinais miraculosos,

O fim de colossal tempestade

Ao fazer renascer na alma

Uma aura de paz

Proveniente de sua solicitude;

Uma profunda paz

Imbuída de alegria, exultação e plenitude...

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 29/11/2016
Reeditado em 13/04/2020
Código do texto: T5838363
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