Milagrama (Sobre Hiroshima e Nagasaki)


Um poemeto de minha autoria e uma trova inesquecível,de um jornalista-poeta,de Juiz de Fora,que já passou para outra dimensão,José Carlos de Lery Guimarães.
Um abraço:
Clevane

TROVA:
"Veio a Paz-e o mundo,em prece,
pede umaflor que o redima:
é tarde,nada mais cresce,
na solidão de Hiroshima"...

José Carlos de Lery Guimarães

N:A Poiesis exige esse leque aberto e pleno de visão social.Por isso,o poeta,ao sofrer o impacto das tragédias,faz versos...Esse trovador por certo tinha o cogumelo imensurável no coração...Mas o Sêr humano,se refaz de si...Os japoneses reconstruiram-se.E então...(Clevane Pessoa de Araújo Lopes)

___________________________________________________________________________

Milagrama

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Um cogumelo de fumaça imensurável
resulta da bomba
insulta a pomba da Paz,
que enegrecidas penas,
revoa a fremir de dor,
gorgulhante...
e as penas se desprendem.
Quais as peles das pessoas.
Os olhos se enevoam,
mil tipos de cãncer
desorganizam as células
ou as célula,desorganizadas
provocam mil tipos de Câncer?
Fogo na garganta,voz trancada,
vozes em sussurros,
vozes aos gritos...
E o Cosmos, perplexo,
porque o resto da humanidade perplexa
vira o rosto,
não faz o gesto,
a sentir-se impotente...

Mas o povo japonês se refaz de si,se reconstrói
e "da solidão de Hiroshima",
que tanto impactuou o jornalista atento,
o trovador solidário e observador,brotaram as flores do potencial humano,
testadas à exaustão.
E nasceram novas Horoshimas e Nagasakis,
mesmo que os criminosos
que pensam serem donos do Poder
(NÃO o são,"Não o são")
continuem impunes,
o que importa,nesses sessenta anos,
é que as duas Phoenix se ergueram das próprias cinzas!

Clevane Pessoa de Araújo Lopes (da série Paz em Qualquer Campo)
Belo Horizonte,escrito em 05/08/06,pois em 06/08,lembramos os sessenta anos desse horror, pois para que haja PAZ, infelizmente é preciso lembrar os horrores das guerras...