a nova morada

finda a jornada tão ansiada!

o sorriso de quem superou a si

faz do rosto um espaço completo;

sem vírgulas.

o alívio vespertino

trouxe as bagagens da mudança definitiva.

a nova casa não podia ser mais completa!

na sala sem horizontes,

coroando a lareira está o troféu,

de mármore para não deixar escapar a lembrança de ontem.

da janela, a imagem sem moldura,

pintura plena e suave,

que alenta feito brisa ao luar.

o recanto da alma está se formando

verde como era no sonho,

sólido feito nosso olhar à tarde.

o contorno do espelho parece pluma

de uma liberdade vermelha,

milimetricamente calculada.

agora temos nós dois,

nossa casa do campo

e algumas doses para saborear a dois.