Amanhecer
Não quero a cereja do bolo,
quero lamber na ponta do dedo a massa,
a massa antes de ser assada.
Por que buzinas atrás de mim
se a frente avistas a via engarrafada?
Sua insegurança e pressa te conduzirão ao nada.
Águas passadas...
O raspador de gelo,
a groselha, a calçada...
areia sob os pés, a praia,
teu sorriso de mulher
a pele salgada, mas
teu sorrir agora corta e fere como espada.
Lembrei um dia desses
das conversas que tinhamos
sentados na escada.
O dia amanhecia,
você e eu,
tua simplicidade me encantava.
Novas águas...
Só queres a cereja,
não lambes mais a massa,
não sentas em escadas,
buzinas nas estradas,
a todos feres como espada.
O dia amanheceu...
algo escureceu..........................não foram eles nem eu.