Carrinho de Mão
E esse peso que acumulou nos dias!
Fiz dele o que não sou
Tornei real o descarrego
Da dor, do amargo, da solidão
Quisera poder voar na leveza dos pássaros
E aí decidir meu caminho
Beijar crisântemos e pousar nos Ipês
Laranjeiras, e mexeriqueiras
Sol, lua, rios e corredeiras
Têm cumprido suas obrigações
Tela limpa, moldura acabada
Faltando somente o pintar, meu
Pego no desajeito o pincel
Acanhada traço as primeiras linhas
Uso o que estava em desuso
Azul, verde, vermelho, amarelo...
Como é bom o estar no passarinho
O deslizar da água rio abaixo
Reluzir no corpo do sol, servir à vida!
Realizar a obra da criação no corpo
Assim remonto o sou
Significo
Justifico porque tanto
Para nada