Poema pedindo paz

Peço paz

por todos aqueles que começaram o dia

de uma forma triste,

por causa da realidade em que vivem,

seja ela qual for,

sei que por mais que eu tente, nessas linhas,

não conseguirei poetizar a sua dor

Mas, ao menos, externarei a minha,

diante de tanto ódio e falta de amor

Peço paz

pelos que passam fome

e enfrentam a pobreza

tantos Pedros, Joaquins e Terezas

que vivem jogados, à parte,

à margem, de outros homens,

invisíveis, sem ter, para a sociedade,

nome e tampouco sobrenome

Peço paz

pelos meus irmãos negros,

que sofrem diariamente

com o infundado preconceito

e, simplesmente, por terem,

na pele, uma cor diferente,

são, muitas vezes, privados do direito

de viver uma vida digna e justa,

vislumbrada por séculos de luta

Peço paz

por todos os gays, lésbicas,

travestis e transexuais,

que sofrem diariamente,

com todo tipo de preconceito

sendo odiados por muita gente,

e tratados de um modo desigual

por causa de sua orientação sexual

Peço paz

por todas as mulheres,

que travam todos os dias,

nos versos de sua poesia,

a luta pela conquista de seus direitos

de viverem suas vidas sem ninguém lhes

apontar o dedo,

dizendo o que devem fazer

que elas sejam tudo aquilo que quiserem ser

que haja espaço para a mulher florescer

Peço paz

pela nossa pátria mãe gentil,

onde choram Joões, Marias e Clarices,

diante do caos da política,

que vem plantando ervas daninhas

no solo do Brasil

ameaçando a luta pela educação, saúde e justiça,

que a nossa gente pobre e humilde alimenta,

nos embates diários por melhores condições de vida

Peço paz

para todos os homens, mulheres e crianças

que trazem em suas vidas marcas de dores extremas

e, por isso, jamais caberão nos versos desse poema

que as páginas de suas vidas sejam escritas

com a simbólica tinta da esperança

de um mundo sem ódio, fome, pobreza,

preconceito, e nenhuma intolerância

Peço paz

pelo mundo,

que se tornou imundo

por causa da ganância e prepotência

do homem, que nunca se satisfaz

e que, embora tenha ciência

da sua efêmera existência,

destrói a si mesmo e o seu irmão

quando deveria viver os seus dias

plantando as sementes da paz

e do amor no seu coração

Via Poética
Enviado por Via Poética em 26/04/2016
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