O CONTADOR DE HISTÓRIAS

O meu pai era um contador de histórias

crianças da rua inteira gostavam e ouviam

o que o meu pai estava narrando

era um movimento de união e tamanha alegria

Então na noite de luar era uma algazarra

e chegavam crianças e sentavam em uma grande calçada

eu e as outras ficávamos igual a uma arquibancada

olhos e ouvidos atentos para o que o meu pai com tantos gestos falava

ele começava a falar com seu olhos azuis arregalados

e o silêncio se instalava como ordem de um grande mandato

as folhas não mexiam no mato, para ouvir o que ela contava de fato

e vivenciávamos toda a cena através dos sentimentos imaginados

ele falava do mar, do céu da terra e da lua

sereias e suas formosuras, castelos e crianças que eram encontradas

o universo era pouco para histórias que tocavam a alma em serenata

outras às vezes tão ardente como fogo em uma fornalha

E as perguntas iam pela noite afora

o final sempre era uma bela e grandiosa vitória

e quando chegava a hora de todos irem para suas casas

perguntas e por quês com respostas satisfatórias

hoje eu conto em versos sorrindo as lembranças

uma pequena parte do meu antigo ninho brilhante de criança

que são as raízes da minha árvore que fortalecem a minha vida

acredito que para cada conto sempre haverá um bela vitória.

Rita Macedo
Enviado por Rita Macedo em 28/01/2016
Reeditado em 28/01/2016
Código do texto: T5525739
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