AS CORES DO MEU DIA
Não há mais
Cinzas metálicos de atmosfera pós-guerra
Nem navios de negras correntes
Não há vegetação morta descansando na janela
Nem filmes desbotados de vitrais estilhaçados
Há ventos que sopram, levando folhas secas
Há chuvas e cores que se dão as mãos
E correm nas praias da liberdade
Bom que há bem em mim
Há beija-flores que retornam ao jardim
Há borboletas que fazem da cerca um trampolim
Vejo orquídeas coloridas no meu quarto
A leveza da brisa me preenche o espaço
Bom que há bem em mim
Há cajueiros floridos nos quintais
Há cores e perfeição que se dão as mãos
E dançam nos bailes do existir
Há cajueiros floridos nos quintais
Há o verde que desponta nos mangueirais
Vejo o vermelho das flores e dos sonhos meus
A natureza que resplandece a presença de Deus
Bom que há bem em mim
Eu caminho nas trilhas à minha frente
Para o Leão que a mim se achega
O Príncipe que me deu bandeira de Paz
O Sol que em mim irradia
A Justiça que em mim brilha
A Torre que sempre me guarda
Por ser forte sempre assim
Mergulho no oceano de cores e vivo
O começo que é princípio
No fim que é eterno.