Voar

Somos assim, infinitos.

Nas asas de metal abrigamos sonhos e partimos.

O chão vira retalho, recortes de vida

Centenas de cicatrizes urbanas,

Amontoados e aglomerados ficando para trás.

Subindo, seguindo

O quebra cabeças do mundo virando paisagem.

O deslumbre sobre o que é inédito acontecendo em doses lentas, líquidas, sedentas.

Surreal sensação de ser grande

Dentro do sentimento de se assumir pequeno diante de tamanha grandeza.

O tudo vira maquete de criança na escola

O sorriso gruda no rosto com cola de felicidade.

E a gente volta a ser criança.

Ciente de que o mal da humanidade é estar sempre adulto demais.

É festa e ansiedade, na mais perfeita harmonia.

É privilégio de estar mais perto do azul do céu.

E estar inexplicavelmente feliz por estar com os pés fora do chão.

Charlene Angelim

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 10/12/2015
Código do texto: T5476389
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