Voar
Somos assim, infinitos.
Nas asas de metal abrigamos sonhos e partimos.
O chão vira retalho, recortes de vida
Centenas de cicatrizes urbanas,
Amontoados e aglomerados ficando para trás.
Subindo, seguindo
O quebra cabeças do mundo virando paisagem.
O deslumbre sobre o que é inédito acontecendo em doses lentas, líquidas, sedentas.
Surreal sensação de ser grande
Dentro do sentimento de se assumir pequeno diante de tamanha grandeza.
O tudo vira maquete de criança na escola
O sorriso gruda no rosto com cola de felicidade.
E a gente volta a ser criança.
Ciente de que o mal da humanidade é estar sempre adulto demais.
É festa e ansiedade, na mais perfeita harmonia.
É privilégio de estar mais perto do azul do céu.
E estar inexplicavelmente feliz por estar com os pés fora do chão.
Charlene Angelim