Aquela Paz

O que dirás da paz?

A paz que te grita,

que te comove e te excita.

A paz, tão mera escrita,

que soa dos bicos alados

e dos turbilhões dos fados contados.

Ah, essa paz!

É angustia demais

procurá-la nos olhos dos intelectos

sem história, sem memória e sem retrospectos.

O que me dirá, então, a paz?

Se o beijo da dor recolhe os meus lábios

e os tatos vacilam no cintilar dos meus dias.

Apenas é mais uma filosofia, eu diria.

Mas, da paz, quero a lucidez dos meus versos,

dos meus dias calmos entre os adros calados...

Do abandono de choros nos escuros minguados.

Pois, é de paz que se refazem os horizontes,

quando raiam os sóis de cada dia,

quais pães em peixes voadores que se camuflam e,

por fim, sacia-me na constante ousadia

na busca por um pouco de paz.

Niniz Voaglin

Niniz Voaglin
Enviado por Niniz Voaglin em 12/11/2015
Reeditado em 13/11/2015
Código do texto: T5446271
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.