Olhos
São sóis, mandalas
que um dia, brilhantes
se enganaram
que agora refletem vazios
translúcidos
tão lúcidos
São espelhos d'alma
que então ofuscados
pelo cansaço da miopia
fazem-se opacos
tão ocos
buracos
São um mar de rosas
Vermelhos se assemelham
à cor das dores
que, liquefeitas, escorreram
Outrora desses globos
púrpuros injetados
E o brilho jaz, amor
Que o findo amor
deixou-nos para trás
E na ausência de dor
eles se fecham
e descansam em paz