O porvir no horizonte
Toco meu violão à sombra de um carvalho,
deixando o dedilhado me levar bem longe,
tão distante quanto meus pés podem me guiar,
percorrendo estradas de terra e asfalto,
deixando minha mente livre de preocupações...
Queimei os retratos que me prendiam ao passado,
esmurrei um saco de areia até perder os sentidos,
coloquei para fora toda a angústia que me martirizava,
agora apenas sigo o vento que direciona a biruta,
dirigindo um conversível sem medo da chuva...
Apaguei meus rastros da lousa da solidão,
encontrei-me bem comigo mesmo no silêncio,
olhando um oceano de possibilidades a frente,
fechando os olhos para sentir a brisa no meu rosto,
encantando-me novamente com o orvalho da madrugada...
A cada parada um novo causo de uma cidade antiga,
contos que anoto em um caderno de novidades,
livrei-me das amarras de um passado já esquecido,
agora só me importa o porvir no horizonte da paisagem,
seguir livre um novo destino mesmo sem saber qual seja...