VOLTANDO PARA CASA
No céu, roxos e dourados
Mesclados entre os azuis,
Explosão de avermelhados...
Os gritos das maritacas,
Bem-te-vis e sabiás
Voltando para casa.
Nas ruas, faróis de carros
Iluminam o crepúsculo,
A confusão das calçadas
As padarias lotadas,
As crianças e os adultos
Voltando para casa.
Cachorrinhos nos portões,
Pelas vidraças, as luzes,
Os jantares e os banhos,
Pés descalços nos tapetes,
O final de uma jornada...
Quem dera que seja assim
A morte, ao menos, espero
Que seja como essa hora
Tão confusa e tão bonita:
Hora de voltar para casa.