Poema Pela Igualdade

I

Todos vivemos debaixo do mesmo sol:

Somos de pele negra, clara ou avermelhada.

Somos da pele morena e tez amarelada.

Ora sentimos frio, ora maldizemos o calor.

Precisamos do frescor de uma brisa,

ou da proteção do cobertor.

Todos vivemos debaixo do mesmo sol;

sujeitos às mesmas intempéries.

Cristãos, muçulmanos, judeus, ateus, hindus ou budistas.

Na saúde ou nas doenças, na fartura ou avareza,

nas riquezas ou misérias, na feiura ou na beleza.

Carregamos nossas alegrias e tristezas.

Somos, a um só tempo, a voz das virtudes e vilezas.

Todos vivemos debaixo do mesmo sol:

Sob a mesma lua e as estrelas,

sob a mesma luz e a escuridão.

Somos o joio e o trigo, a fúria e o perdão.

Primeiro planejamos a vingança, mas depois...

...Com nossos inimigos fazemos alianças.

Vivemos em regime de semiescravidão.

II

Todos vivemos debaixo do mesmo sol:

Crenças e ritos, costumes, comidas e ritmos.

Simples dialetos ou idiomas complexos.

As diferenças propiciam o intercâmbio,

todavia, as mesmas diferenças que nos unem,

frequentemente também nos separam.

Todos vivemos debaixo do mesmo sol.

E com alguma diversidade, pisamos o mesmo solo.

Já é hora de começarmos a olhar na mesma direção,

construindo uma ponte de fraternidade entre as nações.

Transformando o sonho da paz em realidade.

Que as guerras covardes fiquem no passado!

Que os povos sejam muitos, e o amor uno,

respeitando a diversidade, pela paz e a igualdade.

O mal é a experiência que só resultou em erros.

Debaixo desse sol ainda viveremos e dar-nos-emos as mãos

num gesto de carinho, apoio e amizade.

Baniremos o orgulho, o ódio e o preconceito.

É hora de abandonarmos e destruirmos as nossas armas.

Dos velhos campos de batalhas, far-se-ão outros floridos.