SEM TÍTULO
Neste domingo não passarei pelas ruas desertas
Nem verei meus reflexos nas pessoas que passam
Que olham enternecidas as vitrines.
Hoje não verei pessoas suadas
Não me verei encoberta de saudade
Verei apenas o que quero ver.
A lógica perdeu o sentido
A tática se quebrou
Não sinto mais seu olhar.
Olhar que me destruía
Olhar que me recriminava
Olhar que me enganava.
Você preferiu o reflexo
Da mentira deslavada
De traições justificadas.
Hoje me sinto leve
Íntegra em meus princípios
Sem vestígios, sem olhares.
Palavras vãs se foram
Pensamentos sóbrios vieram
Vida aberta agora somente
Sem calabouço, sem correntes – ah, é a vida!