a cristaleira
havia um móvel que a gente chamava de cristaleira,
sempre na sala, onde guardávamos as taças e os copos
mais caros ou bonitos, muitas vezes nem tanto,
preferindo usar copos de vidro de requeijão ou de geleia,
aqueles baixinhos
não quero que meus escritos fiquem assim, guardados,
prefiro trazê-los para a mesa para serem usados, sem me
preocupar que caiam no chão – pelo menos servirão
para alguma coisa, fazendo com que eu perca um pouco
a barriga ao me abaixar para recolher os cacos
e jogá-los na lixeira