A Luz na Palma da Mão
Branca, leitosa, macia
A luz na palma da mão
Singrando as linhas da vida.
Por entre estradas perdidas
Caminhos vários, silêncios
Um porto pra cada vida.
Mas se a luz não chega até
O porto do coração,
O brilho será em vão...
Palavras soltas, vazias,
Os dedos duros que apontam,
O fel da melancolia...
Perder-se na fantasia
De pensar poder voar
Sobre toda escuridão
Derramando certa luz
Que morre ao tocar o chão
Pois não sai do coração...
Ah, e o orgulho disfarçado
De santa sabedoria
Traz sob a manga, um punhal
Que golpeia, com certeza,
Embora entre mil disfarces
Sem piedade e sem arte!