Aberto pra balanços

Pautei a minha vida com meus mistérios

Mistérios mínimos

Ridículos, se revelados

Coitados...

Pintei nas minhas telas imaginárias

O que sonhava ser

Ter talento, ser atleta, ter poder

Coitados dos sonhos...

Acostumei-me com eles

Com meus sonhos de olhos abertos

Intercalo com a realidade

Até misturo, às vezes...

Já não me importo tanto em escondê-los

Já tiro os pés do chão em público

Uns podem me achar louco

Outros, lúdico

Andei mudando alguns conceitos

Do que achava errado ou direito

Muitos se fundiram, dado às circunstâncias

Outros tomaram distância

Penso estar melhor agora

Sem pressa, sem hora

Demorei a extrair isso dos hippies

Adaptar-me à minhas esquisitices

Saber que sou viável a mim

Conhecer que ninguém precisa ser viável assim

Que não há projeto de ser

Só o que se deseja viver