idílio

Vem de manso sobre o insólito dos meus olhos,

atenta-te para a íris. Que vês?

Um céu sem sombras, indiviso

e metálico, entre o riso inocente

e o beijo que ficou suspenso, etéreo,

à beira de um desaguar de infortúnios.

A imagem que criastes, ave indômita,

sempre a partir na supressão dos cílios

em direção à distância do amor.

Atenta-te para a íris. Ou o céu.

É na sombra dos meus olhos

que teu sol descansa.

Fernando Marini
Enviado por Fernando Marini em 02/07/2014
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