ABANDONO
As horas se arrastam pela tarde afora...
Toma-me um langor, que envolve-me por inteira...
Estendida na cama,
Na casa silenciosa,
Pela janela olho o céu.
Um azul manso se espalha pela abóbada infinita.
Alguns pedaços de nuvens, aqui... acolá...
Formam uma estamparia curiosa.
Meus olhos se fixam nesse painel.
Mil figuras mágicas se formam
E se desformam...
Uma sonolência doce rouba meus olhos
Que, de mansinho, adormecem...
E lá se vão o azul manso,
A abóbada infinita,
Os pedaços de nuvens mágicas...