sapatos de monge
o poeta voa longe
vai como um passarinho
voa bem alto ou baixinho
com seus sapatos de monge
sente-se só, infeliz,
quando o que diz não esconde
ou quando chega aonde
o seu destino não quis
poeta é aprendiz
e nunca pensa que sabe
quando muito o que lhe cabe
é conferir o verniz
depois que voa pra longe,
volta depressa pro ninho,
mas não esquece o carinho
dos seus sapatos de monge