É só o que desejo

Não quero luxo, apenas o que me acalenta a alma

Rir, gozar, descansar, tirar o peso tudo isso me acalma

Saiam de perto de mim com notas fiscais

Não quero ser lembrado ao lado de plástico, jamais

Quero ficar perto das flores, rodeado de abelhas, amores

E quando eu estiver perto de sair de meu lugar, não me tirem de lá

Se fiquei a vida toda, deixe-me apodrecer, o vento soprar, a mosca pousar

Sim, mesmo podre, hão de me aproveitar, Ele me carregará e poderei sentar

Não vou dizer que não gostaria de uma casa no campo

Onde eu retiraria das folhas o reluzir, dos pássaros o versejar

De você, quero pouco, talvez seus braços a abraçar, tua boca a realizar

E tuas pernas, minha morada, pele morena, corpo cansado

Ao cair da noite eu talvez sentisse frio, normal, teríamos a lareira

Ou uma fogueira, que fagueira me lembraria um útero maternal

E quando a noite assentasse, o frio chegasse nos deitaríamos

Ao som das cigarras, a luz dos vaga-lumes, e eu a sonhar

Por favor, não me ofereçam luxo, quero mesmo é soltar pipas

Laçar piões, e em meio as infantis discussões ser malcriado de novo

Quero minha mãe a me castigar, você a rir da desgraça e eu

Todo sem graça, a fingir choro e pedir socorro, oh infância querida

Como estou a divagar, pensando demais quando o que preciso a um passo está

Sim, é você, seus cabelos a me iluminar, tua tez a me deslumbrar

Teu corpo escultura em que erros não hei de encontrar

Deixe-me sem casa, sem campo, sem luz, sem vento

Tenho você do meu lado, danem-se todos, dane-se o mundo

Te amo com e sem português, te amo do meu eu mais profundo

Gabriel Amorim 22-12-2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 22/12/2013
Código do texto: T4622194
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.