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Aquilo que Tocas


Pensas, com orgulho, que tu me decifras,
Como se eu fosse a frágil rosa em jardim sórdido,
Que achas - despetalas entre os dedos mórbidos...

Ah, como te enganas com tuas armadilhas,
Eu estou além da trama que dedilhas,
E que esticas sempre, tentando me reter!

Mas  se te divertes,  assim, eu o permito,
Melhor teu verso torto, que teu agudo grito
Qual o rito de quem nada tem de útil a dizer!

Queres que eu morra, mas Deus é quem decide,
Enquanto isso, eu vivo, e passo, e tu  denigres
O que jamais, em vida, hás de compreender...

E aquilo que tu  pensas transformar em podre,
E jorra da tua boca, e cai em torpe odre,
No fundo, é intocável, e gargalha de ti...

E é essa a tua raiva; a de não seres, enfim,
Nada que tu possas associar a mim,
Insignificância - és tu, a debater-se...





 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 22/11/2013
Reeditado em 22/11/2013
Código do texto: T4581463
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