BREVES TEMPESTADES
As mais fortes mulharas erguidas pelo homem, delas o mar não toma conhecimento.
E assim será o conduzimento que te permitirá o sacio de tua fome de amor e de renúncia.
E o teu caminho não será simplesmente a calçada aonde os teus passos iniciaram o teu alimento.
E haverás de aprender a marretar a pedreira do meu peito com teu próprio instrumento.
O teu equilíbrio depende apenas de tuas forças, quando tentares compreender a enormidade de tudo o que te aguarda.
E, então, não sobrarão nem os restos de tuas mágoas, que tanto te atormentam, nem os fantasmas que, teimosamente, ainda não enfrentastes.
Ainda não conseguistes medir a força que têm as tuas mãos. Haverás de conseguir.
E haverás também de proibir todas as guerras que dentro de ti, atormentam a tua paz. Será quando a tua própria essência, há de novamente te procurar em um pequeno ensaio de vida. E tua grandeza, feito um acordo de existência, poderá soprar nos ouvidos do teu coração o teu alívio.
Será quando a tua frágil ousadia haverá de enfrentar as tuas próprias muralhas, como se o teu próprio mar delas não tomasse conhecimento.
E haverás, num breve consentimento de um delírio não angustiado, permitir que as tuas calçadas continuem a aprender os caminhos de tuas novas estradas, que um dia haverás de entendê-las.