SEM FANTASIAS
Tudo que por aqui acontece ,
Nada me parece ser ilusão...
Nem sentimentos sem sentido,
Que como os ventos se vão!
Toda esta veracidade,
Haverá de permanecer intacta...
Sem temer os fatos da realidade,
Nem aos tropeços da contradição!
Sigo o mundo sem vaidade,
Abarcando a vida de cabeça erguida...
Pelas vias certas e sem contramão!
Neste recinto sólido sem ferida,
Encontro-me comigo mesmo...
É como um labirinto a minha cabeça,
Mas de mim, ela nunca se perdeu!
Meus olhos calmos e abrasados,
Vestem-se com as luzes do altar...
Voam livres a viajar,
Pelas veredas do azul celestial!
A luz que se aclara no final,
Indica o tempo que por ali passar...
Como o sabor do doce mel,
Acocha a boca do céu sustentando o luar!
Este orbe em movimento,
Que contornou a leitura do avesso...
É um mastro vivo em seu compasso nobre!
Meu oceano é o infinito do amor,
Em suas águas pode se navegar...
A confinante é a magistral estrela guia,
Da constelação que me consagrou!
Com dote e sem perfume,
Apenas a brisa mansa a suavizar...
O brilho acanhado de um pequeno vaga-lume,
Que de seu lampejo nunca há de se apartar!
O vento não pega carona jamais,
Nas asas curtas da recatada solidão...
As chuvas escoam livres e sem mágoas,
Nem há lágrimas no meu coração!
As cores se acoplam ao meu astro,
Estão inclusas em toda imensidão...
As flores enfeitam os jardins,
Do éden ao firmamento!
Por onde tudo começou... Numa manhã,
Eu e você e nossos sonhos sem serpente,
Com sabor da pura fruta... Como o doce da maça!
Viver em paz... E em paz Amar,
Sendo a essência um do outro,
Sem pecado, com a certeza de acertar!
Autor: Valter Pio dos Santos
Abr-2013