Não me abstive da solidão

E na jornada pela areia, em tarde de Aleluia

A cada passo que dava, trôpega, só, sentindo

Sorvendo na pele as dores do corpo; sorrindo

Lá estava eu, por mim mesma, me encontrando...

Ali estava outra mulher - uma interiorana, só,

A brindar o próprio e tão esperado encontro

Comigo mesma, entre mim e mim - revivida,

Nada mais de agruras, incertezas, vida sofrida...

Eu era eu mesma, fluente, na maciez daquela praia

Intimismo do vento nos cabelos - plenitude palpável,

Neste doce arder da maresia – uma tortura adorável!

Ah! Como o mar faz bem ... Ao sabor daquela hora...!

Indizível momento de introspecção, um ser vibrante

Àquele parco poder da (deliciosa) solidão, ao ali,

No amornar daquela tarde ímpar e sedutora, eu vi,

Não mais que eu mesma, (n)aquela vida – plena...

Não mais sofrida e incauta, não mais só, literalmente,

Encontrei muito de que precisava: minha paz, essa,

Meu sentir ameno, curando-me os dias sofridos...

E desse recolher(-me) solitária, fiz-me em verbos:

Sorvi de mim o ser e o estar – e lá estava eu, estado,

Sendo e, enfim, estando – em ação - me encontrando...

Obrigada, meu querido amigo F Santos pela interação

Só..., eu desato meus laços

acompanho meus passosna solidão de mim mesmo

só...,eu caminho à esmo

por dentro da madrugada esperando por nada/

procurando um carindo

Só..., eu encontro saudade

na beira de meu caminho.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 02/04/2013
Reeditado em 22/02/2019
Código do texto: T4220078
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