a dose exata

acordei na madrugada

na sala, a primeira garrafa que vi

pensei que fosse licor

derramei na taça pequenina

quando o líquido branco surgiu,

parei na altura de um dedo

a dose exata, nem mais um pouco

o menos já tinha ido

o líquido desceu queimando a garganta

e as impurezas dentro da boca

o que restou do que eu não proferira

durante o dia

certo de que a ninguém ferira

o líquido continuou descendo

e se entranhando pelos tecidos

alcançou as células rapidamente

e tudo se pacificou

o sono comigo ralhou

mas seu sorriso largo me abriu

meu medo de escrever dormiu

e eu com ele

tudo se acomodou

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 04/02/2013
Código do texto: T4121907
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