Acalanto Divino



Escultura de silêncio.
No invisível caos,
Brindam notas musicais
E letras ordenadas em versos.
O coração expande-se,
Ganha asas,
Abandona o peito.
E de repente se é Todo.
Em algum ponto existe algo harmônico,
Talvez uma paz iluminada,
Um brotar de sementes solares.
E mesclarem-se com outras lunares.
Céu mitológico invade o da ciência.
A razão mostra-se insuficiente
E na sua impotência
Recria nos corredores da imaginação.
A razão como meio.
E de momento para outro,
Sem meio algum, sem meta alguma,
Mesclando-se o começo com o fim.
Desprezando o tempo,
Sentido um voo
Como se asas houvesse,
Como se anjo fosse,
Como velho em saber,
Mas o coração infante.
Sorrisos são poesias naturais,
Olhares são versos e pedirem outros.
E o hálito é bafejar da alma,
Dos pulmões que capturam o ar,
Sístole e diástole,
O mundo respira.
A Criação se expande e contrai
E o coração alado
Busca um ninho entre as nuvens,
Sonhadas e oníricas,
Brancas em meio a azuis,
No adormecer da alma
Acalentada pelo silêncio divino.

11/10/2012
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 25/12/2012
Reeditado em 01/12/2019
Código do texto: T4052790
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