Mata-me
Vem, meu assassino brando,
E mata-me de uma vez.
Não teme, não treme,
Pega o punhal e mata-me.
Lança o míssil, atira a bala.
Detona a bomba, explode o foguete.
Não te odiarei.
Não te perseguirei.
Não assombrarei.
Não deixarei de amar.
Pelo amor de Deus,
Mata-me.
E, se não quiser matar-me,
Convivamos.
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Interação da poetisa Val Cunha:
Me mate ou me ame
E ao som de uma melodia de última hora,
Quero abraçar-me ao teu corpo e dançar, como se dança pela última vez,
Quero sentir o sabor dos teus lábios, como se fosse a primeira vez.
Deixe-me embalar nos teus braços feito nuvem flutuante,
Sentir teu cheiro, como se cheira um amante...
E então, ao final do dia,
Quando o alto-falante anunciar a Ave Maria,
Uno minhas mãos e faço uma prece de alegria e agradecimento,
Em poder está contigo nesse momento,
E se tiver que morrer...
Que morramos juntos...
Eu e você!
Obrigado, querida amiga, por ter embelezado a minha página com paixão e fé!
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Interação do poeta das mil e uma metáforas, Tony Bahia:
Mata-me...
Mas antes me castra...
Quero morrer aos poucos
Sentindo o horror dos aflitos
dos conflitos
dos sem teto
dos desvalidos
das guerras
Santas ou não
dos sem chão, sem terra
sem pão.
Mata-me
Não morrerei em vão!
Com único tiro no peito
Depois confessa-te à Deus
se erras o alvo
mato-to eu!...
Obrigado, querido amigo, que dos paraísos de Maringá trouxe aqui a sua sensibilidade humana ímpar, com a qual me identifico totalmente, perdidamente...