Morte da Violência

Enterrei em terra fertilizada com sangue
A bandeira vermelha da igualdade
Cansei de minha guerra, matei minha violência...
A custa de mortes triste é a liberdade...

Enterrei minhas armas e segui em solidão
Sufoquei meu grito, estanquei meu choro
De meu extermínio salvei meu coração...

Tal como caminho marcado em migalhas de pão
Deixo em meu rastro tantas balas de prata...
Balas que não foram disparadas....

Sigam-me aquelas almas
Que também estão cansadas...

E na madrugada de meus receios
Eu vi, toda minha força veio do medo
Todo meu amor nasceu no fogo do horror..
E tão somente coração não bastaria...
E o que dizem coragem, hoje me cheira a covardia...


Vale escuro e profundo...
Tiros e amor...
Quando foi que sangue mudou o mundo?

Nem o sangue de bom grado ofertado...
O sangue do cordeiro
O Cristo imaculado... O maior de todos revolucionários...

Por isso enterrei em chorosa terra minhas maneiras
baixo guarda sozinho como no principio...
Vazio como no primeiro estampido
Iluminação de um instante... E eu
Suspiro e respiro...
Livre mesmo é o pássaro dos Andes...







 
XXX
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 26/10/2012
Reeditado em 26/01/2015
Código do texto: T3953371
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