Contada entre os vivos
Caminho entre as sombras
Todos os dias
Atravesso o vale da escuridão
E abismos milenares
Covas fundas
Aos milhares
E armadilhas preparadas
Armas forjadas
Mas ouço ao fundo
Uma melodia
Que há prisões, grilhões
Olhos que espreitam
Mãos que oprimem
Rejeitam
Pés que correm ligeiro
Em direção ao nada
Isso sei, e sigo
Sigo eu nesta estrada
Sendo luz em meio às trevas
Espada cortante, confiante
Desafiando gigantes
Destruindo cadeias
Libertando os cativos
Saqueando o inferno
Fazendo meu próprio destino
Sabendo onde vou chegar
Estou aqui
Não sou parte deste lugar
Onde a dor se faz presente
E muitos se renderam a ela
Foi dificil, mas decidi
Crer no impossível
Enxergar o que ninguém vê
Entender o que poucos alcançam
Descobrir o tesouro escondido
Renascer
Não corro mais perigo
Estou segura, sim, tenho um amigo
Em meio ao funeral que é este mundo
Existe paz dentro de mim
Posso hoje, sim, enfim...
Mesmo caminhando
em meio aos corpos caídos
Sim, eu posso!
Ser contada entre os vivos.