Quando meu anjo falava
Ele falava desses enlevos das almas
Desses enlaces em noites calmas
Desses afagos siderais,
Desse resfôlego das estrelas
Nesses concertos vesperais
Ele falava dessas vozes maviosas
E dos encantos de corpos sublimados
Dessas almas espraiadas, dadivosas
A banhar os sonhos dos seres tão amados
Ele falava dessas flores imarcescíveis do encanto
E do perfume sutil que exalavam
Ele falava dos anjos que cantavam
E dos seus sorrisos brandos
Ele falava do encanto que lhe alçava
A esse recanto do paraíso
Ele falava e seu sorriso
Essa luz de uma estrela
Na alma podia então retê-la
Tal o brilho que lhe aflorava
Assim, enlevado, ele falava
E eu o olhava, embevecido
E chorava feito criança.