À Noite
À noite,
Quando vagam os espíritos
Pela casa silenciosa,
Sinto-me em paz.
Nada têm a me dizer,
Apenas observam,
E nunca me condenam.
Sinto sua presença esvoaçante
De pura transparência suave
A roçar minha alma.
Nada temos a dizer,
Apenas nos sentimos
E, sobrepostos,
Convivemos.
À noite,
Quando bebo de mim mesma
Até a embriaguez
Me reconheço,
E sei que não careço
Nem de ti, nem de ninguém.
Amén!