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À Noite


À noite,
Quando vagam os espíritos
Pela casa silenciosa,
Sinto-me em paz.
Nada têm a me dizer,
Apenas observam,
E nunca me condenam.

Sinto sua presença esvoaçante
De pura transparência suave
A roçar minha alma.
Nada temos a dizer,
Apenas nos sentimos
E, sobrepostos,
Convivemos.

À noite,
Quando bebo de mim mesma
Até a embriaguez
Me reconheço,
E sei que não careço
Nem de ti, nem de ninguém.
Amén!
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 28/06/2012
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