O APOCALIPSE DA MÃE NATUREZA
(Regilene Rodrigues Neves)
Sob o céu do horizonte
Um rasgo d’água banha a mãe natureza
Destinos cruzando pelas mãos do Criador
Seivas serenam molhando a terra
Para que o homem se alimente do porvir!
Gaivotas e andorinhas fazem verão...
Nas nascentes piracemas deixam suas desovas
Em espetáculo único de rara beleza!
Na selvagem mata: Iracema!
Solta seu canto de utopia
Entranha na selva a cantiga do amor
O acasalamento uiva das montanhas
O nascimento da Divina criação!
O verde aflora das estações
Flores alegram primaveras
Sinais sublimam do colo de Deus!
O ar respira purezas do oxigênio límpido
Da mãe vida servida em fontes inesgotáveis
De riquezas advindas das grandezas da natureza!
Cascatas caem em queda-d’água
O homem coabita um paraíso celeste!
Trilhas abertas seguem caminhos
Estradas curvam no firmamento...
Folhas caem com o vento
Envelhecendo o tempo...
Mas quisera o homem espalhar o terror
Em desabono do amor e da vida!
Terras abrem fendas
O pânico ecoa dos escombros fenecidos da humanidade
Nos corredores das nações filhos inocentes
Pagam pelas negras manhãs sem esperança...
O olhar triste resvala dos sonhos
O medo apavora a face frágil da criança!
Seu brinquedo passa a ser arma que mata o semelhante...
Das matas árvores tombadas
Para extrair os vícios da matéria
A Amazônia é um triste holocausto
A ferida se abre pelas mãos que a construíram um dia...
A carnificina humana é vil
A mãe natureza irradia sua revolta
A fúria das queda-d’água fazem enchentes
Raios e trovoadas bradam a ira do Senhor
Muralhas caem pela força revolta dos céus!
Guerras:
Bombas explodem pelas terras dos jesuítas
Soldados vestidos de fúria
Matam a bel-prazer dos governantes.
A miséria traja de ignorância a selva de pedra
Casebres alastram-se nos morros
A marginalidade nas sombras
De um comando vermelho!
O Apocalipse flagela tormentas no coração do homem
O fim aproxima a história da humanidade
O Livro de Deus escreve certo por linhas tortas
Filhos contra pais irmãos contra irmãos
Lágrimas de sangue choraram nações!
O inimigo se apavora lança ódios
Pelos olhos que lacrimejam sangue
Lágrimas são lamentos de injustiças!
O homem subestima o amor que clama
A letra da canção é uma música surda no coração
Os sinos das Sinagogas são batidos em louvor da matéria
O espírito é arrimo de almas
Cuja congregação é um templo de orgias!
Onde andará Deus que ignora os inocentes?
Aponta a humanidade para o universo
O inverso toca no homem
E o tempo espera o arrependimento
Para que BASTA o sofrimento
E a Paz seja avistada na estrela do sul!
04/02/2007