SOU
Sou a viva emoção
O sentimento que jaz
Que vive que vibra que pulsa
E toca profundo
No fundo do seu coração
Sou riso, alegria e concepção
A paz que alivia e acalma
O pulso que pulsa com intuição
Sou o calor que acalenta sua alma
Sou o Filho propenso
De consenso extenso ao bom senso
Sou de um brilho intenso
E aos seus olhos compenso
Sou da selva a seiva do chão
E o sereno que abranda
Alvas nuvens de algodão
Sou da planta a semente do grão
Sou liso, limpo e fino
Suave como um pote de mel
Sou velho, moço e menino
Legítimo e pleno, um dote do céu
Sou de fato, seu laço, seu traço
As digitais da sua sóbria impressão
Sou luz no infinito do seu nobre espaço
Sou a relva, sob a sua condição
Sou pai, amigo, um venerável irmão
Não um barco a navegar sem direção
Sobre ondas virtuais no mar da ilusão
Sou sempre seu sim e nunca seu não
Sou aquele que sacia sua sede de amar
A força que edifica seus braços, seus passos
Sou a lucidez no seu lúcido olhar
Sou a tez de vez em seus abraços
Seu solo, seu polo, seu colo
Seu palácio, seu castelo, seu aço
Seu compasso, seu elo e seu paço
Sou aquele que medra
Seu verbo, seu verso, sua expressão
Sua mais preciosa pedra
Sou a base para a sua construção
A ciência do amor verdadeiro
O sabor de sua existência
Seu autêntico ser
A mais pura essência
Da sua razão de viver!
Autor: Valter Pio dos Santos
17/Mar/2004