MEDO

Estive a beira da morte
Mas a duro custo escapei
No mais profundo vazio,
Que se quer, um dia, imaginei.

Foram longas noites de sombra
E raros os lampejos do dia
Depressão, dor, desespero,
Numa interminável agonia.

Perdido em um mar de sussurros
Só o pranto aos meus olhos surgia
Chorava sem saber porque
Numa angustia que nada alivia.

E o tempo passou. Como tudo que passa
Àquela dor simplesmente fugiu
Deixou-me sozinho, um tanto sem graça
Não deu boa noite, de repente sumiu.

Hoje olho o tempo passar
Mais alegre e sem tanto medo
Carrego uma vida melhor
Aliviada de tantos degredos.

Falta-me ainda um olhar de menino
Peralta, traquino, eterno aprendiz,
Coração aberto, sem medo, segredo,
Porque é assim que é ser feliz.
Agamenon Almeida
Enviado por Agamenon Almeida em 20/01/2007
Código do texto: T353292
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.