Adágio
Sei da vida todo desencanto das partidas
e conheço os pruridos das chagas,
as noites doloridas.
Conheço a estrada torta
que faz de apaixonados
Impiedosos foragidos
perdidos de si mesmo
alheios à tamanha dor que causam
tais vis criminosos
Também sei da chegada o riso
E do parto a vida e do amor o encanto
que se faz magia.
O escrever poema e esquecer a pena
e da canção a nota que é primavera
e o prelúdio da conquista plena
onde nada mais se divide
e tudo unifica.
Sei da tarde clara a calma
e o frescor da brisa, e o germinar da semente
e o riso de gente desconhecida
me é parecida por chorar e rir como se
fosse adágio escondido na profundida
que em cada alma fica recolhida.
Cristhina Rangel.