rouxinol amarelo
achava que se escrevesse
sobre um rouxinol amarelo,
o dia poderia ser mais belo
como o por do sol numa praia comprida,
como a cor da saudade esmaecida
se ele aqui viesse com seu lero-lero
ou com seu canto gracioso e singelo,
não se importando com o meu chinelo,
ele iria iluminar meu entardecer,
iria me botar pra ter o que dizer,
principalmente se conversássemos na varanda
ele diria “vem cá, cara, anda,
coloca aí que sou teu camarada,
ainda que te encontre e não te diga nada”
e eu me lembraria de que o silêncio
quando é amarelo, tem a capacidade
de nos dizer quase tudo...