Decidi que amo...
Amo esta dor que me consome
e me faz viva
O salgado dessa lágrima
que me aperta contra a parede
Essa rede e o vento lento
que a balança
Amo a água desse rio
barrento
Decidi que amo e não lamento
se meu amor deixado ao esquecimento
não cantar mais alto hoje
não sussurrar alguma besteira minha
e se aparentemente eu estiver sozinha
Decidi amar sem fronteiras
sem limites, sem barreiras
O feio e o belo, o azul e
até aquela ferida, que deixou
a cicatriz.
Decido ser feliz sem prestar contas
Porque no final das contas o que conta
é perder a conta do quanto se ama
Mesmo que digam que o meu amor
é amor mentido, amor fingido,
ou só mote de poema
Cristhina Rangel.